segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

(ficção - pura ficção)

Se você soubesse o quanto é dolorido aguardar o farol abrir, porque ele indica-me que devo seguir adiante.
A última vez que nos vimos, estava no banco do passageiro e você a olhar para o nada na rua.
Os carros passavam lentamente.
O semblante de uma pessoa forte, escondia o coração de alguém que se encontrava aquebrantado.
Você estará ao meu lado no dia da minha morte ou sou eu que estarei?
Mesmo que todos os dados sejam jogados e todas as cartas indiquem que estarás bem, não é essa a resposta do céu.
A chuva caindo lentamente enquanto volto no tempo e vejo seu rosto lentamente a virar para o lado contrário, responde silenciosamente que ao chegar o cansaço, você saberá que ainda estarei esperando.

Porque a angústia dividiu muitas xícaras de café comigo.

"A angústia surge do momento em que o sujeito está suspenso entre um tempo em que ele não sabe mais onde está, em direção a um tempo onde ele será alguma coisa na qual jamais se poderá reencontrar".

(Jacques Lacan)

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